‘Sintra é o mais belo adeus da Europa quando enfim encontra o mar’
Vergílio Ferreira
Quando durante a sua visita a Portugal em 1866 Hans Christian Andersen veio a Sintra, onde passou duas semanas, ele escreveu que ‘todo o estrangeiro poderá encontrar em Sintra um pedaço da sua pátria.’ Eu encontrei aqui a Polónia e sinto-a mais no outono, quando as florestas de Sintra vestem-se de todas as cores. Faço as minhas caminhadas e tal como na minha terra Natal, sinto-me como num conto de fadas….
Sintra é testemunho de quase todos os períodos da história de Portugal, ou até da Humanidade. Chamada Monte Santo ou Monte da Lua em 1995 foi inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO. Muitas vezes considerada como a capital do romantismo, que há já séculos que encanta com a sua beleza viajantes estrangeiros e os apaixonados pela sua paisagem. Cada pessoa que vem a Sintra, é, mesmo se apenas por uns instantes, transportada no tempo, tem um encontro único com a história, com as lendas e entra num mundo mágico.
A história de Sintra remonta ao Paleolítico, mas apenas no dia 9 de janeiro de 1154 o Rei D. Afonso concedeu-lhe direitos municipais outorgando a Carta de Foral. Ao longo da história, Sintra e as suas montanhas tornaram-se uma paisagem única e valiosa onde a vegetação típica do Mediterrâneo e do norte foi enriquecida com árvores exóticas e flores em amplos jardins e parques dos palácios e palacetes. O apogeu do desenvolvimento desta paisagem extraordinária teve lugar durante o reinado do D. Fernando II da Casa de Saxe-Coburg-Gotha (1836-1885), que era muito ligado a este lugar e que implementou aqui a sua visão romântica incomum para a região do Mediterrâneo. Foi este Rei artista que transformou um mosteiro na montanha íngreme no fabuloso e colorido Palácio da Pena.
É difícil acreditar que numa vila tão pequena encontram-se tantos palácios, castelos, mosteiros, igrejas, parques e quintas com histórias maravilhosas. Vale a pena sair dos trilhos turísticos e descobrir lugares incríveis, mágicos, ateliês de Azulejos, quintas abandonadas e repletas de lendas….
É bom dedicar uns dias para Sintra (mas mesmo assim nunca é suficiente) para a conhecer e para sentir o seu ambiente mágico. Pode-se aproveitar os bilhetes conjuntos e visitar o Palácio Nacional, Quinta da Regaleira, Palácio da Pena e Castelo dos Mouros. Vale a pena também seguir o trilho mais longo e descobrir o Palácio de Monserrate e os seus jardins, o Convento dos Capuchos e para finalmente chegar ao ponto mais ocidental da Europa – Cabo da Roca. Tenho a certeza que ninguém fica indiferente com a beleza e charme de Sintra..
Eu própria já há muito tempo que deixei-me encantar pela sua beleza e daí o nome da empresa – Moonluza, inspirado no Monte da Lua. A Moonluza é o meu próprio lugar em Portugal, a minha ‘Adega de Projetos’, que interligam os elementos da cultura, turismo, tradição e educação. Sintra é anfitriã e palco de muitas iniciativas da Moonluza, sendo que um é muito especial para mim. Trata-se de um Seminário Internacional sobre Contoterapia e Storytelling, cuja primeira edição teve lugar em março de 2015 e trouxe a Portugal terapeutas, psicólogos, escritores, contadores de histórias, académicos e outros entusiastas deste tema de várias partes do mundo.
Adoro partilhar a ‘minha’ Sintra com participantes dos nossos projetos e gosto imenso de descobrir as suas novas faces com eles, pelo que deixo aqui o convite para conhecerem a nossa oferta ou para criarem connosco um projeto de sonhos em Portugal.
Adriana Jurczyk Duarte, Diretora
Tradução da entrevista feita para ‘Markowa Turystyka’